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Maringá, fundada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, foi traçada obedecendo a um plano urbanístico previamente estabelecido. Praças, ruas e avenidas foram demarcadas considerando, ao máximo, as características topográficas da área escolhida, revelando preocupação lúcida no que se refere à proteção de áreas verdes e vegetação nativa.
Com esta filosofia, caracteristicamente contemporânea, nasceu Maringá, a 10 de maio de 1947, como Distrito de Mandaguari. Em 1951 foi elevada a Município, com os distritos de Iguatemi, Floriano e Ivatuba. Em 1954 foi instalada a Comarca de Maringá. Hoje é a sede de uma grande região que abrange cem municípios.
Urbanização de Maringá-PR
Maringá nasceu na prancheta de desenhos do Arquiteto e Urbanista Jorge de Macedo Vieira, paulista, responsável por projetos como o Jardim América, de São Paulo e Águas de São Pedro, na região de Piracicaba. Contratado pela Cia. Melhoramentos Norte do Paraná, Jorge de Macedo Vieira jamais esteve aqui e, no entanto, criou um projeto considerando na época, 1945, como um dos mais arrojados e modernos, seguindo apenas a orientação da Cia que exigia largas avenidas, muitas praças e espaços para árvores.
A grande preocupação da Cia. Melhoramentos, ao encomendar a confecção do projeto urbanístico a um engenheiro tão ilustre, era a de conjugar o plano urbano à topografia da região. Essa preocupação fica latente quando caminhando por Maringá, podemos observar suas ruas retas e largas e amplas avenidas com ajardinamento central, onde a especulação imobiliária, de início, não teve vez.
Planejada para ser uma cidade de 200 mil habitantes (hoje já com número muito maior), numa atividade considerada na época como "Visionária", Maringá transformou-se num grande centro de convergência econômica e esse sucesso deve-se em grande parte ao traçado urbanístico original que previa zona industrial, zona comercial e zona residenciais.
Jorge de Macedo Vieira e sua equipe realmente planejaram uma cidade nos moldes de uma cidade ultra moderna, distribuída da seguinte forma:
- uma avenida principal, a Av. Brasil, que atravessaria a cidade de ponta a ponta;
- quarteirões rigorosamente planificados, subdivididos em datas (terrenos menores), que formariam as diversas zonas, cada qual destinada a uma finalidade: zonas residenciais destinadas à classe média, zonas residenciais populares, zona industrial, Centro Cívico, aeroporto, estádio municipal, núcleos sociais, etc.;
- o comércio ficaria concentrado na zona 1, onde ainda se localizariam os edifícios públicos do Centro Cívico: Prefeitura Municipal, Fórum, Biblioteca Municipal e Agências dos Correios e Telégrafos. No Centro Cívico também seria construído um hotel – atual Bandeirantes Hotel e a futura Catedral, hoje Catedral de Nossa Senhora da Glória, cuja arquitetura, em estilo arrojado e futurista, tornou-se o símbolo de nossa cidade, sendo considerado o décimo monumento, em altura, mais alto do mundo e o 1° da América Latina.
- A zona 1 ainda concentraria, fora da área denominada "Centro Cívico", estabelecimentos bancários, centrais de telefonia, mercado público, estações rodoviária e ferroviária. As zonas 2 e 5 foram consideradas como áreas de categorias residencial; a zona 4 seria destinada a residências, ao lado da Vila Operária e na zona 3 ficariam faixas destinadas à fixação do parque industrial.
Nenhuma casa poderia ser construída fora do planejamento geral e zonas residenciais Ter-se-ia que deixar um espaço na frente, para jardins e muros. Não se permitia também a construção de prédios em desobediência ao plano determinado, notadamente com relação a altura.
Preocupada com a questão ambiental que a derrubada da mata fatalmente abalaria, a Cia solicitou ao arquiteto Jorge de Macedo Vieira que fizesse constar no desenho original de Maringá, três áreas ecológicas e que hoje formam um verdadeiro "pulmão verde". São elas:
- Horto Florestal "Dr. Luiz Teixeira Nendes", área de propriedade da Cia Melhoramentos, com 17,5 alqueires, imaginada como ponto de reserva e destinada também à criação de mudas para recomposição da arborização urbana;
- Parque do Ingá, com 19,5 alqueires, de início uma preservada naturalmente, mas que foi urbanizada em 1970, tornando-se um dos mais conhecidos pontos turísticos da cidade. No Parque do Ingá podemos encontrar um jardim zoológico, jardim japonês, numa homenagem ao imigrante em maior número na cidade e represa, na qual os visitantes podem passear de pedalinho;
- Bosque Tupinambá ou "Bosque Dois", como é mais conhecido, com cerca de 25 alqueires. Constitui-se numa reserva natural da mata original.
Essas três áreas ecológicas estão localizadas no perímetro urbano.
Maringá, possui uma das maiores concentrações de área verde – 26,65 metros quadrados – por habitante. São 90 alqueires de matas nativas, distribuídos por 17 bosques e milhões de árvores de diversas espécies plantadas ao longo das ruas e avenidas.
- Acácias, Quaresmeiras, Paineiras, Ipê Roxo, Ipê Amarelo, Pata - de –Vaca, Flamboyant, Jacarandá-mimoso, Tamareira do Oriente, Acácia Imperial, Palmeira Imperial e outras.
Sobre a tão decantada arborização de Maringá, iniciada em 1949, não podemos deixar de lembrar três nomes, considerados os verdadeiros criadores do projeto paisagístico:
- o primeiro, Dr. Luiz Teixeira Mendes, chegou aqui em 1949, contratado pela CMNP e que tinha exercido a função de Chefe do Serviço Florestal de São Paulo, foi o idealizador da paisagem urbana da cidade. Profundo conhecedor de Botânica e um grande técnico em Sivicultura, o Dr. Luiz Teixeira Mendes, preocupou-se primeiro em formar canteiros, dentro do Horto Florestal, para acomodar as diversas mudas que vinham principalmente de São Paulo, encomendadas pela Cia Melhoramentos para serem plantadas em nossa cidade.
Foi auxiliado nessa tarefa, a partir de 1952, e depois substituído na função de "jardineiro" da cidade, pelo Eng° Agrônomo Aníbal Bianchini da Rocha, que procurou seguir o plano paisagístico em consonância com o traçado original: para cada rua, avenida ou praça era escolhida uma espécie de árvore, de tal maneira que Maringá é uma das poucas cidades do país a terem árvores floridas durante todo o ano.
Um terceiro nome a ser lembrado quando se fala da paisagem urbana da cidade, é Geraldo Pinheiro Fonseca, Funcionário da Cia Melhoramentos e que era encarregado do plantio de árvores, tendo sido ele a plantar a primeira árvore do perímetro urbano, na esquina das Av. Duque de Caxias com a rua Joubert de Carvalho, em frente aos escritórios da CMNP
A Origem do Nome
A cidade de Maringá teve seu nome extraído de uma canção muito famosa na época, intitulada Maringá, de autoria do Compositor Joubert de Carvalho, daí advindo o nome da "Cidade Canção".
Entre as datas que marcaram a história de Maringá estão a da instalação da telefonia automática, em 1953 e a da chegada do primeiro trem no ano seguinte. Maringá, terceira cidade do Estado de Paraná, está localizada no Norte do Paraná, é cortada pelo trópico de capricórnio e possui altitude de 554,9 metros.
Por estar localizada entre os rios Pirapó e Ivaí, que fazem parte da Bacia Hidrográfica do rio Paraná, Maringá possui um solo de grande fertilidade, denominado Latossolo Roxo Distrófico. O Clima é subtropical com chuvas de verão e inverno seco.
Além das características climáticas e de localização, a cidade se favorece também das rodovias BR 376 (Maringá - Curitiba), BR 369 (Maringá - São Paulo), BR 317 (Maringá – Foz do Iguaçu) e BR 323 (Maringá – Guaíra), que possibilitam o deslocamento às cidades da região e a outros Estados. Os transportes aéreos e ferroviários também compõem essa estrutura.
Maringá faz parte das cidades turísticas do Brasil, pela beleza natural, com seus bosques centralizados e também pela belíssima Catedral de Nossa Srª da Glória, em forma de cone, com 124 metros de altura e suas fontes no mesmo formato. É o décimo monumento mais alto do mundo.
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